Darwin e a seleção natural
A partir da idéia de adaptação de populações a seus ambientes, fica fácil entender as propostas de Charles Darwin (1809-1882), inglês, autor da teoria da Seleção Natural. Imaginando-se dois ratos, um cinzento e outro albino, é provável que em muitos tipos de ambientes o cinzento leve vantagem sobre o albino. Se isto realmente acontecer, é sinal de que o ambiente em questão favorece a sobrevivência de indivíduos cinzentos ao permitir que, por exemplo, eles fiquem camuflados entre as folhagens de uma mata. Os albinos, sendo mais visíveis, são mais atacados por predadores. Com o tempo, a população de ratos cinzentos, menos visada pelos atacantes, começa a aumentar, o que denota seu sucesso. É como se o ambiente tivesse escolhido, dentre os ratos, aqueles que dispunham de mais recursos para enfrentar os problemas oferecidos pelo meio. A esse processo de escolha, Darwin chamou Seleção Natural. Note que a escolha pressupõe a existência de uma variabilidade entre organismos da mesma espécie. Darwin reconhecia a existência dessa variabilidade. Sabia também que na natureza, a quantidade de indivíduos de certa espécie que nascem é maior que aquela que o ambiente pode suportar. Além disso, era conhecido o fato de que o número de indivíduos da população fica sempre em torno de uma certa quantidade ótima, estável, devido, principalmente, a altas taxas de mortalidade.
É óbvio que a mortalidade seria maior entre indivíduos menos adaptados a seu meio, pelo processo de escolha ou “seleção natural”. Perceba, então, que a idéia de Darwin parte do princípio importante de que existe variabilidade entre os indivíduos de uma mesma espécie e que essa variabilidade pode permitir que indivíduos se adaptem ao ambiente.
Assim, para Darwin, a adaptação é resultado de um processo de escolha dos que já possuem a adaptação. Essa escolha, efetuada pelo meio, é a Seleção Natural e pressupõe a existência prévia de uma diversidade específica. Então, muda o meio. Havendo o que escolher (variabilidade), a seleção natural entra em ação e promove a adaptação da espécie ao meio. Quem não se adapta, desaparece.
O Darwinismo, a conhecida teoria da “Evolução Biológica por adaptação das espécies aos meios em mudança através da Seleção Natural”, pode ser assim esquematizado:
Variabilidade
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Seleção natural --=> || <=-- Seleção natural
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Adaptação
É claro que, em ambientes diferentes, variações distintas serão valorizadas. Isso explica por que duas populações da mesma espécie podem se adaptar de maneiras bastante diversificadas em ambientes diferentes.
Finalizando, vamos utilizar uma comparação que pode facilitar a compreensão da teoria darwiniana.
Analise o desenho abaixo. Ele representa um funil através do qual são jogadas bolinhas de diversos tamanhos. Somente as “ajustadas” ao tamanho do funil conseguem atravessá-lo. As outras são retidas. Com este modelo você entende a ação da Seleção Natural. O funil representa o meio ambiente, e as bolinhas correspondem às diversas formas existentes entre os seres vivos de determinada espécie. As bolinhas que passaram representam aquelas variedades dotadas de características que as ajustam ao meio e, então, permitem a adaptação da espécie ao ambiente.
O que Darwin não sabia: neodarwinismo
O trabalho de Darwin despertou muita atenção mas também suscitou críticas. A principal era relativa à origem da variabilidade existente entre os organismos de uma espécie. Darwin não teve recursos para entender por que os seres vivos apresentam diferenças individuais. Não chegou sequer a ter conhecimento dos trabalhos que um monge chamado Mendel realizava, cruzando plantas de ervilha. O problema só foi resolvido a partir do início do século XX, com o advento da idéia de gene. E só então ficou fácil entender que mutações e recombinação gênica são as duas importantes fontes de variabilidade entre as espécies. Assim, o darwinismo foi complementado, surgindo o que os evolucionistas modernos conhecem como Neodarwinismo ou Teoria Sintética da Evolução e que se apóia nas idéias básicas de Darwin. Veja o esquema abaixo:
Mutações genéticas --=> Variabilidade <=-- Recombinação gênica
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Seleção natural --=> || <=-- Seleção natural
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Adaptação
Fica fácil entender, agora, o mecanismo da resistência bacteriana aos antibióticos usados para o seu combate. Partindo do princípio da existência prévia de variabilidade, uma população bacteriana deve ser formada por dois tipos de indivíduos: os sensíveis e os resistentes. O uso inadequado de um antibiótico deve eliminar as bactérias sensíveis, favorecendo as resistentes, que são selecionadas. As bactérias resistentes proliferam e promovem a adaptação da espécie ao ambiente modificado. Qualquer outro problema de adaptação das espécies a ambientes em modificação pode ser explicado utilizando-se o raciocínio neodarwinista.
Comments (5)
Anonymous said
at 8:14 pm on Sep 24, 2008
Luciana, é interessante colocar de onde tu colheste estas informações.Abraço Neusa
Anonymous said
at 9:23 pm on Sep 25, 2008
Neusinha, muita cópia!!! Tu sabes fazer bem melhor. Eu acho que essse são termos para o glossário.
Um abração
Bea
Anonymous said
at 10:03 pm on Sep 27, 2008
Gurias...graças terminei os relatórios de meus alunos...época de fechamento de trimestre...conselhos de classe,agora posso me dedicar mais ao P.A.
Anonymous said
at 3:08 pm on Oct 6, 2008
Ótimo garotas. Vamos reverter a mania da cópia para textos de autoria própria? Um abraço
Bea
Anonymous said
at 3:13 pm on Oct 8, 2008
Agora vocês já têm um exemplo de como construir um texto. Vamos lá?
Um abração
Bea
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